segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Eu também quero postar ( ou carta convite para um pseudo-suicídio casual e virtual)

Eu havia prometido pra nossa senhora do sagrado coração de maria e pra são chico de assis que eu jamais, sob hipótese nenhuma, nem sob tortura iria postar poesia de nenhum outro sujeito aqui que não minha ou de algum pseudo eu. Mas como essa não vai ser a primeira vez que vou descumprir uma promessa, nem vai ser a ultima que vou me perdoar , gostaria de mostrar isso ao publico infiel e casual e sem compromisso e carpe diem e liquido e pós moderno e o diabo a quatro de cabeça pra baixo que por acaso, ou por obra do destino, ou de Alá, ou jeová ,ou daquele que não se diz o nome (o que deve causar um problema de auto identificação no tinhoso) entrar nesse blog:


silêncio
e porque tudo
queremos dizer...

nunca temos tempo
de dizer nada...

Isso é de um cara que atende ou atendia pela alcunha de j. g. de araujo jorge. Bom o cara, né? não, eu não acho. fraquinho. Mas tem uns insights massas como num outro poema chamado vício e outro chamado desculpa e uns outros inapropriados para menores de 18. Fiquei pensando nesse tal de silêncio e ele me levou a pensar na quantidade monstruosa de pessoas que escrevem sobre suas intimidades não já tão intimas, seus desatinos e confissões e crimes e pecados e paixões num blog. Ou pensam que estão escrevendo sobre isso, porque as vezes não passa de uma repetição de clichês já repetidos de outro blog, que repetiu de outro...
Me fez lembrar também da agonia de neruda se questionando sobre o que seria dos poetas se todos virassem poetas. A figura do leitor de poesia é necessária.Não pode ser ela substituida pelos próprios poetas que viveriam de retroalimentação.? Pode. Mas todo mundo sabe como esses tais de poetas são figuras narcisícas. A coisa acabaria virando uma troca de favores: Você quer ler meu livro de sonetos póstumos ? . -Ah, sim claro, mas só se você ler e gostar das minhas crônicas anacrônicas pós contemporâneas.
Um futuro terrível nos aguarda. E o pior é que quanto mais se diz sobre tudo, mais se diz nada com nada.Não que eu tenha algo contra o nada.Só não havia mais nada pra falar e eu comecei a enrolar pro post ficar mais longo e eu parecer mais inteligente e criativo .
Blogueiros do mundo todo, uni-vos, e desistam da carreira de escritores pelamordedeus. !!!

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009


poeminha vermelho
Esconda-me, é favor,
no calor dos teus segredos
Me rasga esse pensar em voltar com os dentes
que os lábios vermelhos
me fazem esquecer
quando de esquecer
eu nem me lembro
me fazem esquecer
me esquecer


Te disse e não renego
eu afeto desilusão
como quem diz: enxugo mas não seco
o gelo da solidão
Te disse que não nego
tento em ti desencontrar
no avesso do que é certo
na tua pele me afogar

Esconda a minha dor
sob a cor dos teus cabelos
Me rasga esse pensar voltar com as unhas
que teu esmalte vermelho
me faz eu me perder
quando me perder eu nem tento
me faz eu me perder
no teu segredo
mais denso