domingo, 15 de março de 2009

Mais um poema que escrevi pro meu orkut. Essa parada de quem sou me incomoda pra caralho.E pra que diabo eu quero que os outros saibam quem eu sou? eles nunca vou saber (não é um erro, é um ato falho).

Auto-retrato póstumo (de olhos fechados e sem as mãos)

Venho do tempo que é antigo
Nasci um dia depois de ontem
No meu solene retrato em preto e branco
eu mesmo rabisco bigodes e chifres
ternos remendos aterrorizantes

O meu passado é uma só promessa
O meu futuro é que é um trapo velho
Sou uma síntese
o recomeço de um declínio
eu sou aquele que me espero

terça-feira, 10 de março de 2009

O eterno estorvo, o retorno

Tudo de novo
os olhos perdidos no espelho
a velha esperança rolando as escadas
o mundo mergulhando mais fundo
e eu a cada dia mais raso
e eu a cada dia a um passo
e passo para onde nem sei
para onde inevitavelmente irei estar
onde é tão fácil a chama apagar
nos velhos olhos perdidos e vermelhos
da esperança já desdentada