segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Elvis não morreu
Quem morreu fui eu
E na ultima foto
Ao seu lado
Eu estava vendo tudo
Com os olhos fechados
Fingi que você era quem nunca foi
Você também fechou os olhos e acreditou.

Procurei a distancia pra não correr o risco
De eu me encontrar
E querer saber
O que se passava com tudo que ainda
Não passou
Sem dar satisfações,
Sentei-me à beira do acaso
Pensando em tudo que não era você
Apenas por não te ser.


Ao longe, Uma canção tão triste
que de tão triste nunca existiu
O fantasma que deu pra ser meu par
me falou de coisas espantosas
Que eu não gostei de saber
Eu senti o ódio fazendo malabares no meu peito
Tentei te matar em pensamento
Mas no próprio pensamento a mira eu errei.
tentei em mim: problema resolvido,problema meu.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Poeminha fúnebre

A vida é uma piada que eu ainda não entendi.
E tenho pra mim que no meu leito de morte,
nos meus últimos suspiros,
há de se esclarecer tudo,
e eu vou morrer é de rir.
Sem açúcar

Tentem não ficar chateados quando digo: não gosto de vocês.
Prometo que de anteontem em diante tudo isso há de mudar.
Aí então vou pra qualquer lado ser amigo de infância de qualquer um,
espero que isso me leve a algum qualquer lugar.

Coitado do álvaro de campos que tem tanta pena de si,
e eu que nem tenho agora também quero ter.
Sei que Deus ajuda quem tem um pássaro na mão.
Sei que gosto de rir de tudo e um pouco de me perder.

Tentem gostar de mim mesmo quando digo que não gosto de ninguém,
quando digo que de vocês é que eu não vou sentir falta.
Sou um velho sentado numa cadeira de balanço na porta de casa
fumando um charuto que nunca termina
tomando chá de camomila.
(sem açúcar)

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Quão ridículo é o medo de ser ridículo?

quanta solidão pode caber numa pessoa?
quantos pensamentos tristes numa lágrima só?
quantos pedaços tem um coração despedaçado?
quantos dentes tem a vontade de fazer alguém sorrir?
quanta fé tem repetida num terço?
quanto é o terço de uma pessoa partida ao meio?
quanto de vida é preciso até morrer na hora que tem que ser?
quanto desse canto eu preciso pra estancar esse tanto...
esse tanto sentir sem saber?
Mirante

Quando essa ilha se acabar
no escorregadio afago da serpente
ou enquanto um engarrafamento qualquer
subitamente nos congestionar a alma,
eu te quero ao meu lado:
eu, tu e uma garrafa,
que essa história de morrer
ainda deve de dar alguma sede,
e morrer de sede a essa altura
não passaria de uma piada sem graça.

O que eu não quero é estar longe,
perder a vista do fim no alto de um mirante,
mirar teus olhos e os meus nos teus os meus
nesse réptil, fugaz e sublime instante.