quinta-feira, 28 de janeiro de 2016


AR

Quando antes eu quis estancar
Conter, dormir, deixar para lá
Não ver os versos que vertem teus olhos
Vertiginosos, risonhos
Não ver o que há de melhor para olhar
Foi o quanto pelo avesso eu rezei
Pedindo para o tempo apressar
Seu miúdo passo para o espaço
Entre nós se apequenar
Ao ouvir escrito em meus lábios
Três doces silabas, ao acaso de me descuidar
Escrevi uma rima pobre cujo único valor reside
Naquela a quem ela, inexoravelmente,
Há de se destinar.
Meu credo, meu branco verso,
meu ar.