Desenlaces
Com passos leves e gestos insuspeitos
Montou seu ninho no canto superior esquerdo
No peito de um andarilho velho
caminhando sonhos desencaminhados
Sem que soubesse brotou sem jeito
Botão de afeto onde antes deserto
De todo sentimento abertamente terno
Que possa habitar alma pretensamente humana
Como veio partiu o visitante
Sem aviso prévio, sem despedidas torturantes
Como se apenas uma brisa leve o levasse
Deixando marcado o perfume suave
Dos laços inesperados
Das passagens que nunca passam.
Tem gente que lava as mãos cinco vezes antes e depois de ir ao banheiro...Tem gente que memoriza todas as placas de carros vermelhos... Tem gente que faz dez anos de análise...Tem gente que tem mais o que fazer...Tem gente que não faz porra nenhuma... tem gente que escreve
quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016
terça-feira, 2 de fevereiro de 2016
****
Não posso gostar quando te calas,
Mesmo ao preço da alegria
De te supondo morta, encontrar-te viva
Não posso apreciar o tempo em que emudeces
e estás, sem sonhar,
como que adormecida.
Posso suportar teus interstícios,
as muitas variações da lua
A influência má dos signos do zodíaco,
A lâmina fria da madrugada escura
Posso estancar o meu zeloso ciúme,
Dessangrar-me em deserta esquina
Enlutar-me por teus mortos
Amores, abrir mão de meus dias
Mas não posso gostar quando te calas
Ao querer-te, ver-te calada
Como sequer posso estimar a mim mesmo,
sem que silencie para que ressoe tua palavra.
Não posso gostar quando tu te calas
Ao ouvir-te, não te ver em nada
Como não preciso que a inevitável visita
Que a tudo e a todos o tempo todo arrasta
Venha encontrar aberta, a convidá-la,
a porta de nossa casa.
Não posso gostar quando te calas,
Mesmo ao preço da alegria
De te supondo morta, encontrar-te viva
Não posso apreciar o tempo em que emudeces
e estás, sem sonhar,
como que adormecida.
Posso suportar teus interstícios,
as muitas variações da lua
A influência má dos signos do zodíaco,
A lâmina fria da madrugada escura
Posso estancar o meu zeloso ciúme,
Dessangrar-me em deserta esquina
Enlutar-me por teus mortos
Amores, abrir mão de meus dias
Mas não posso gostar quando te calas
Ao querer-te, ver-te calada
Como sequer posso estimar a mim mesmo,
sem que silencie para que ressoe tua palavra.
Não posso gostar quando tu te calas
Ao ouvir-te, não te ver em nada
Como não preciso que a inevitável visita
Que a tudo e a todos o tempo todo arrasta
Venha encontrar aberta, a convidá-la,
a porta de nossa casa.
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