a noite toda esse dia
possuía uma beleza indecisa
como a lua refletida
num esgoto a céu aberto
Tem gente que lava as mãos cinco vezes antes e depois de ir ao banheiro...Tem gente que memoriza todas as placas de carros vermelhos... Tem gente que faz dez anos de análise...Tem gente que tem mais o que fazer...Tem gente que não faz porra nenhuma... tem gente que escreve
quinta-feira, 27 de setembro de 2012
terça-feira, 11 de setembro de 2012
pedaços
Preciso que perdoe a calma
me consinta a falta
e escute os delírios
Preciso te trair e mudo
morder a luz do dia
nos arrancar um pedaço
Pintar nosso retrato
espelhado em teus olhos
de preferência fechados
Preciso não precisar de nada
esquecer a rima,
me desfazer na rua
Arruinado no rastro escuro
de alguma qualquer outra
sedutora ruína
eu te busco o pretexto
para diluir em verso
o amargo próprio do absurdo
Expor em termos próprios
a imprópria ferida
e esquecer os motivos
Preciso que perdoe a calma
me consinta a falta
e escute os delírios
Preciso te trair e mudo
morder a luz do dia
nos arrancar um pedaço
Pintar nosso retrato
espelhado em teus olhos
de preferência fechados
Preciso não precisar de nada
esquecer a rima,
me desfazer na rua
Arruinado no rastro escuro
de alguma qualquer outra
sedutora ruína
eu te busco o pretexto
para diluir em verso
o amargo próprio do absurdo
Expor em termos próprios
a imprópria ferida
e esquecer os motivos
domingo, 9 de setembro de 2012
depois do uivo
Gastei dois dias tentando escrever um bom poema
mais uma hora inteira tentando chorar em vão
Gritar eu sei que já não poderia
Os vizinhos poderiam vir a desconfiar nesse mesmo dia
Da grandissíssima e miserável verdadeira verdade absoluta
E quando por fim a solidão começa a deixar marcas em meu corpo
eu me curvo dolorido diante da total falta de sentido
diante de nossa adorável falta de imaginação
Esperando por uma primeira vez em que uma primeira voz
me arrancasse do pântano familiar de minha mente atordoada
choques constantes de realidade e vergonhosa lucidez impotente
sonhando minha cabeça recostada em teu colo sagrado.
ao tocar tua veste te pedir perdão
em nome de toda estupidez existente
de toda a estupidez da existência
queria urgentemente que ela voltasse
e que avidamente a vida se remendasse
enquanto vomito minha velha náusea em um canto
de dentro do meu vômito
posso ver brotar a flor de lótus
do meu desespero
limpidez não virgem pura ardente
gole dágua fria filtrada no escuro
enquanto me dou conta de tudo que não aconteceu
eu levei mais de dois dias chorando estes versos em vão.
Gastei dois dias tentando escrever um bom poema
mais uma hora inteira tentando chorar em vão
Gritar eu sei que já não poderia
Os vizinhos poderiam vir a desconfiar nesse mesmo dia
Da grandissíssima e miserável verdadeira verdade absoluta
E quando por fim a solidão começa a deixar marcas em meu corpo
eu me curvo dolorido diante da total falta de sentido
diante de nossa adorável falta de imaginação
Esperando por uma primeira vez em que uma primeira voz
me arrancasse do pântano familiar de minha mente atordoada
choques constantes de realidade e vergonhosa lucidez impotente
sonhando minha cabeça recostada em teu colo sagrado.
ao tocar tua veste te pedir perdão
em nome de toda estupidez existente
de toda a estupidez da existência
queria urgentemente que ela voltasse
e que avidamente a vida se remendasse
enquanto vomito minha velha náusea em um canto
de dentro do meu vômito
posso ver brotar a flor de lótus
do meu desespero
limpidez não virgem pura ardente
gole dágua fria filtrada no escuro
enquanto me dou conta de tudo que não aconteceu
eu levei mais de dois dias chorando estes versos em vão.
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