terça-feira, 11 de setembro de 2012

pedaços

Preciso que perdoe a calma
me consinta a falta
e escute os delírios

Preciso te trair e mudo
morder a luz do dia
nos arrancar um pedaço

Pintar nosso retrato
espelhado em teus olhos
de preferência fechados

Preciso não precisar de nada
esquecer a rima,
me desfazer na rua

Arruinado no rastro escuro
de alguma qualquer outra
sedutora ruína

eu te busco o pretexto
para diluir em verso
o amargo próprio do absurdo

Expor em termos próprios
a imprópria ferida
e esquecer os motivos

Um comentário:

Jeff disse...

Gostei pra caramba de
"para diluir em verso
o amargo próprio do absurdo".