Mítico
Forjar um destino
no caos do acaso,
caçar figuras
na desordem da espuma do mar,
em turbas de tresloucadas nuvens
ou desvairadas inúteis estrelas,
tecer com retalhos de absurdo
o contínuo desenrolar-se
de nosso amor mal amado e gratuito
– e é tudo
como se fosse um mesmo e único desatino
quando o coração volta a ser menino
e distraído,
do frio e envelhecido ofício da razão escondido,
diz Não,
é impossível.
De que me vale então o dia?
Que mistérios carrega a noite? pra onde se encaminha a vida?
O que de sábio me conta céu?
Contra quem arremete o mar?
Qual o final feliz das despedidas?
Um comentário:
Muito bom!
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