Bilhete de quando é tarde
Quando você puder
finalmente vir me olhar
- deixa pra lá
deixa por aí
- aqui
eu quieto em mim
Tem gente que lava as mãos cinco vezes antes e depois de ir ao banheiro...Tem gente que memoriza todas as placas de carros vermelhos... Tem gente que faz dez anos de análise...Tem gente que tem mais o que fazer...Tem gente que não faz porra nenhuma... tem gente que escreve
quinta-feira, 30 de dezembro de 2010
sexta-feira, 1 de outubro de 2010
domingo, 5 de setembro de 2010
XXXXXXXXXXXX
Doido do pé
E doente da cabeça
Não sei sambar
Nem ser feliz sozinho
E mesmo ao duvidar
chego a crer que é possível
Não sei sambar
Nem acho sofrer bonito
Não acho o que procuro
Nem lembro de já ter lembrado
Pra me dar o luxo de ter esquecido
No país do futebol
Roleta russa ainda é meu esporte favorito
Doido do pé
E doente da cabeça
Não sei sambar
Nem ser feliz sozinho
E mesmo ao duvidar
chego a crer que é possível
Não sei sambar
Nem acho sofrer bonito
Não acho o que procuro
Nem lembro de já ter lembrado
Pra me dar o luxo de ter esquecido
No país do futebol
Roleta russa ainda é meu esporte favorito
quarta-feira, 25 de agosto de 2010
quarta-feira, 21 de julho de 2010
o pesadelo ( isto não é um poema; é um pesadelo)
Um turbilhão de poetas
despejando palavras incompreensíveis
na minha retina
erguendo altares
a seus calos,
dores
e receios
Um turbilhão de poetas
E nenhuma poesia
Em mim apenas
a vontade de berrar-lhes no ouvido
Até estourar-lhes
o crânio
e tirar-lhes
o que eles pensavam que era a vida.
Se há tantos poetas para que
querer poesia?
Para que poesia
se há já tantos poetas?
No pesadelo eu vi
Na ultima derradeira esquina
A poesia é uma velha desdentada
e faminta
cotidianamente estuprada pelo despudor
dos que se dizem poetas
Um turbilhão de poetas
despejando palavras incompreensíveis
na minha retina
erguendo altares
a seus calos,
dores
e receios
Um turbilhão de poetas
E nenhuma poesia
Em mim apenas
a vontade de berrar-lhes no ouvido
Até estourar-lhes
o crânio
e tirar-lhes
o que eles pensavam que era a vida.
Se há tantos poetas para que
querer poesia?
Para que poesia
se há já tantos poetas?
No pesadelo eu vi
Na ultima derradeira esquina
A poesia é uma velha desdentada
e faminta
cotidianamente estuprada pelo despudor
dos que se dizem poetas
sexta-feira, 28 de maio de 2010
quarta-feira, 5 de maio de 2010
Um ponto a-final
No fim de tudo
o início da semana
finda a semana
o poço é sem fundo
sexta treze
sexta santa
cesto de lixo
poemas prematuros
cinzas de cigarros
minha mão na tua
e as tuas duas mãos
tão bem atadas
de longe vejo
o que está mais perto
distante ouço
o teu sussurro
grito semi-verdades
e sem querer concluo
para melhor nadar
deixar-se afogar
e o único afago
é o silêncio do fim
no fim de tudo
a beleza de um sóbrio
e sombrio ponto final.
No fim de tudo
o início da semana
finda a semana
o poço é sem fundo
sexta treze
sexta santa
cesto de lixo
poemas prematuros
cinzas de cigarros
minha mão na tua
e as tuas duas mãos
tão bem atadas
de longe vejo
o que está mais perto
distante ouço
o teu sussurro
grito semi-verdades
e sem querer concluo
para melhor nadar
deixar-se afogar
e o único afago
é o silêncio do fim
no fim de tudo
a beleza de um sóbrio
e sombrio ponto final.
segunda-feira, 19 de abril de 2010
Amaríssimo é o meu verso de amor meio amargo
Cultivei no jardim de inverno do meu silêncio as rosas-palavras certas. Para encantar e seduzir, eu admito ( não me envergonho que é de meu gosto), porém, e talvez principalmente, para machucar a mão descuidada. Me embeveço, então, de olhares ternos e pequenas( e docíssimas) gotas de sangue. De afetos e desafetos é que eu vivo. Me obrigue a tudo, só não me condene a uma vida sem paixão.
domingo, 18 de abril de 2010
sábado, 10 de abril de 2010
história de amor
Na rua mais deserta que pude achar
havia só uma casa e parecia conter
toda a vida que podia haver por ali:
gritos, luzes, música, festa
E ela veio de lá
Disse-me: eu teria que esquecer
Expliquei-lhe que vim da solidão
dos lugares feitos tão mais altos
onde só resta o ofício de lembrar
porém seus olhos eram tão lindos
tão lindos e tão claros
que eu tive vontade de morrer
tão lindos e tão claros
que tive a necessidade de lhe matar
Na rua mais deserta que pude achar
havia só uma casa e parecia conter
toda a vida que podia haver por ali:
gritos, luzes, música, festa
E ela veio de lá
Disse-me: eu teria que esquecer
Expliquei-lhe que vim da solidão
dos lugares feitos tão mais altos
onde só resta o ofício de lembrar
porém seus olhos eram tão lindos
tão lindos e tão claros
que eu tive vontade de morrer
tão lindos e tão claros
que tive a necessidade de lhe matar
domingo, 4 de abril de 2010
*******
Tua presença é feito um mar
que arrasta ao fundo minha dor
mas teus olhos feitos d'água
nunca pude decifrar
E se decidido estava
a deixar tudo no meio
tu me lanças vida abaixo
na vertigem de um sorriso
E o que antes era medo
é o que agora eu sigo cego
o meu reino por um resto
de compreensão num mundo alheio
Não me entenda errado
nem certo
Não há nada a ser traduzido
O que eu sinto nem tem nome
mal começa e já está findo
mal findo e recomeça
*******2
Tua presença é mesmo um mar
Que me arrasta outra dor
mais fundo que eu quero chegar
é onde não estou
uma ausência que invade
a vertigem que aumenta
que alenta sendo mágoa
uma mentira tão sincera
e eu te aumento com meus préstimos
eu te engano e a mim mesmo
te encaixo em cada plano
depois desfaço todos eles
eu sacrifico em teu altar
oferto vidas em segredo
mee abraço com tua sombra
e nela eu me perco
principalmente eu me perco
no perfil de teu espanto
O que eu digo são os restos
são feridas que eu mesmo estanco
Onde que mora o meu medo?
Onde é o medo que tu mora?
Há certos gestos que eu não esqueço
Tua presença é feito um mar
que arrasta ao fundo minha dor
mas teus olhos feitos d'água
nunca pude decifrar
E se decidido estava
a deixar tudo no meio
tu me lanças vida abaixo
na vertigem de um sorriso
E o que antes era medo
é o que agora eu sigo cego
o meu reino por um resto
de compreensão num mundo alheio
Não me entenda errado
nem certo
Não há nada a ser traduzido
O que eu sinto nem tem nome
mal começa e já está findo
mal findo e recomeça
*******2
Tua presença é mesmo um mar
Que me arrasta outra dor
mais fundo que eu quero chegar
é onde não estou
uma ausência que invade
a vertigem que aumenta
que alenta sendo mágoa
uma mentira tão sincera
e eu te aumento com meus préstimos
eu te engano e a mim mesmo
te encaixo em cada plano
depois desfaço todos eles
eu sacrifico em teu altar
oferto vidas em segredo
mee abraço com tua sombra
e nela eu me perco
principalmente eu me perco
no perfil de teu espanto
O que eu digo são os restos
são feridas que eu mesmo estanco
Onde que mora o meu medo?
Onde é o medo que tu mora?
Há certos gestos que eu não esqueço
quinta-feira, 1 de abril de 2010
quinta-feira, 25 de março de 2010
*******
Ele carregava o seu próprio cadáver no olhar
e toda escuridão vinha de suas palavras
Ele havia decidido e dessa decisão
o mundo todo dependia
e enquanto o mundo pendia
Ele contava os seus passos
distraidamente sobre as poças iluminadas
Morrendo de medo
de que algo, qualquer coisa
rompesse o tênue instante
onde tudo era claro e límpido em sua alma
E quem acompanhava, olhava de longe
porque ele abraçara a solidão
e eles dois lhe bastava
Sentira o metal frio em sua mão
tão frio e pesado como a luz daqueles dias
o cano na sua cabeça, de olhos tão bem fechados
o silêncio imenso e absurdo...
quando então fez-se mais escuro
da noite o que escuro já estava
já era hora, rompeu-se a mágoa
E com um gesto de impaciência
ele volta pra casa.
Cruzou por mim e passou, só passou
como quem não cruzasse por nada
e apenas confere seus passos
tristes, sobre as tristes poças iluminadas
Ele carregava o seu próprio cadáver no olhar
e toda escuridão vinha de suas palavras
Ele havia decidido e dessa decisão
o mundo todo dependia
e enquanto o mundo pendia
Ele contava os seus passos
distraidamente sobre as poças iluminadas
Morrendo de medo
de que algo, qualquer coisa
rompesse o tênue instante
onde tudo era claro e límpido em sua alma
E quem acompanhava, olhava de longe
porque ele abraçara a solidão
e eles dois lhe bastava
Sentira o metal frio em sua mão
tão frio e pesado como a luz daqueles dias
o cano na sua cabeça, de olhos tão bem fechados
o silêncio imenso e absurdo...
quando então fez-se mais escuro
da noite o que escuro já estava
já era hora, rompeu-se a mágoa
E com um gesto de impaciência
ele volta pra casa.
Cruzou por mim e passou, só passou
como quem não cruzasse por nada
e apenas confere seus passos
tristes, sobre as tristes poças iluminadas
sábado, 13 de março de 2010
sábado, 6 de março de 2010
Buquê amarelo
Tenho medo de dizer o que eu quero
De que me entendas errado
De que me entendas certo
tenho medo de teus olhos medrosos
Olhos feitos o de criança assustada
Mas numa idade em que já não se chora
Morro de medo que me redimas agora
Talvez seja pior que tu não me perdoes
Morro de medo do medo e é medo
de ir atrás da morte quando é hora da vida
De tu me dar o que quero
De te dizer o que digo
E de me encantar mais do que devia
terça-feira, 2 de março de 2010
quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010
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