Descobrimento
Conhecia o amor apenas
Como a um animal faminto:
“Devoro-te ou me devoro”.
Não sabia o que seria
o querer bem
Que não fosse por ser
O Bem junto de si.
Não conhecia o amor
Mesmo dizendo
Ter amado tanto
E por tanto tempo.
E foi preciso que o tempo
fosse tão pouco
Para que ensurdecido reconhecesse
Seu íntimo desconhecido.
Conheceu o amor apenas
E do conhecimento jorrava
todos os seus dias não vividos
A renúncia como prova
Mas prova de amor não consentida
Descartando testemunhas, cúmplices e registros.
Acaso o amor não basta?
Acomodada dentro do peito,
a falta incomodando
Mostra que nem o amor pode bastar
Quando se ama tanto.
Nenhum comentário:
Postar um comentário