sexta-feira, 10 de junho de 2016

Descobrimento

Conhecia o amor apenas
Como a um animal faminto:
“Devoro-te ou me devoro”.

Não sabia o que seria
o querer bem
Que não fosse por ser
O Bem junto de si.

Não conhecia o amor
Mesmo dizendo
Ter amado tanto
E por tanto tempo.

E foi preciso que o tempo
fosse tão pouco
Para que ensurdecido reconhecesse
Seu íntimo desconhecido.

Conheceu o amor apenas
E do conhecimento jorrava
todos os seus dias não vividos

A renúncia como prova
Mas prova de amor não consentida
Descartando testemunhas, cúmplices e registros.

Acaso o amor não basta?
Acomodada dentro do peito,
a falta incomodando
Mostra que nem o amor pode bastar
Quando se ama tanto.

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