sábado, 27 de dezembro de 2008

A dor de Maria das dores

Maria das Dores chora convulsivamente, desoladamente, descontroladamente, enfim, Maria das Dores chora. Depois de horas procurando no espelho mais sofrimento para conseguir sentir mais e melhor pena de si mesma, ela se atira na cama para fazer um pouco mais de drama. Seus olhos vertem lágrimas e do seu nariz também escorre alguma coisa . Essa mistura de líquidos borra os garranchos de Adnelson no caderno de poesias que o filho de uma égua havia dado a ela antes de trocá-la por um rico empresário. Mas no meio de tanta dor uma pergunta paira sobre a condescendência da histérica com a tristeza. No fundo, no fundo, ela quer saber se a vida dói por causa de Adnelson ou se ela que a faz assim por achar coisa bonita esse negócio de sofrer.

Um comentário:

Flávio Soares disse...

Maria das Dores é masoquista, gosta é de sofrer mesmo. Ela é mais uma iludida que tem que dizer ama pra poder dá.