segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Poesia obsessiva compulsiva

Como todo bom (e mau) estudante de psicologia eu tratei logo de procurar um transtorno psicológico de estimação. Procurei, procurei e não me faltaram opções, muito pelo contrário...mas...sim, a intimidade de meus bastidores psíquicos não está em questão. O negócio é o seguinte, por meio de um insight eu percebi que sofro de um transtorno obsessivo poético.
Não adianta procurar no cid-10 nem no dsm-IV (só nas próximas edições). Indivíduos com esse transtorno são julgados ignorantemente como pessoas instáveis, impulsivas, dramáticas, intensas e sentimentalóides. E isso é claro gera um sofrimento.
Antes que os asnos catedráticos se manifestem, não estou falando de poesia como esforço intelectual, como ofício, mas como um movimento, um jeito de olhar. Poesia é uma tentativa de dizer o impensável, de pensar o indizível. Não me restrinjo à poesia escrita, mas incluo a poesia só imaginada, a lida, a comida, a ... o que for.É uma coisa que faz cócegas no pensamento.É um jeito de dimensionar o nosso vazio constituinte e dar altas gargalhadas dessa situação trágica. Os portadores desse transtorno geralmente são pessoas mais preocupadas com o como algo acontece do que com o que de fato acontece. Os fatos devem dizer de alguma coisa que não eles mesmos.
A etiologia desse trantorno ainda não foi descoberta, mas está intrinsecamente relacionada com a sensação de permanente insatisfação, de impossibilidade de gozo completo do presente. Eu apostaria em algum distúrbio funcional do sistema límbico.
A condição de insatisfação gera uma ansiedade que pode ser em parte descarregada por meio da realização do ritual poético, da concretização da compulsão à repetição de não se repetir. A realização desses procedimentos objetiva livrar o sujeito acometido da sensação de angústia relacionada a pensamentos indesejados e repetidos. Ao contrário dos indivíduos com toc, os que possuem poc (que coisa horrível) têm um só padrão de pensamento intrusivo que pode ser expresso assim:A vida não pode ser apenas isso. Era isso o mundo? pois que passe.

Um comentário:

Vinicius Braga disse...

Tu tá triste, doido?
auhEUHEAUHAuhAE
porra
Freud, Sartre e acho que até Leal, truando ae!
auhUHEUHeeuheuh
eu vou deixar passar que tu "repete o ato de não repetir" pra fugir da angustia (má-fé)
UHAEUHEUUHHUHUAUH
brincadeira.